Um amante pensando na
amada…
O texto chama-se:
Olhando o mistério nos olhos dela 3/2/2016
Olhando o mistério nos olhos dela vejo claras gotas que na
água parada caem.
Voragem, fico sério, e em vertigem passeio as minhas mãos no
seu corpo virgem quente de reticências.
Olho-a, devoro a chama, e em beijos que me tiram da lama e
me lavam da inacção até à cama, voo, plano, pelo Verão interno vagueio, prados
de sonho abertos, imagens de países incertos, caímos e sempre nos levantamos
sempre quando no outro olhar em perdão enfim nos libertamos.
Ó o mistério nos olhos dela, o luar sobre a estátua tão bela.
E da noite e do dia que bela união haveria quando em nosso
brinde no aceso olhar a lua e o sol se fundiriam devagar.
Rente ao sonho, ao mistério, e ao acaso, olhando o mistério nos olhos dela, cogito caso ou não caso nesta roda do pensar bela que sempre gira imerso em doce humana cela.
Moinhos de vento, moinhos de vento, sou de repente D. Quixote
ao relento, olhando a lua, vagamente relembro a sua doçura, a sua imagem pura
que passa leve com o vento e dura, dura este amor doce que me embala como se
tudo assim fosse.
Ó olhando o mistério nos olhos dela a noite abriu-se em
brindes e danças e sonhos adentro, subi pelas suas tranças, beijei-a dentro de
uma teia e os olhares em redor eram apenas da quieta noite um clamor.
Olhando o mistério nos olhos dela encontrei o amor como o
fim da condição humana.
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