
Esta história chama-se "Índio". É a história de um sonho. Índio – 22/9/2016 A noite começa e tudo se acalma no escuro claro da consciência. A cidade dorme, de olhos fechados nas fachadas, nas estradas molhadas, no nevoeiro leve que sobe das calçadas pisadas. Assisto a tudo isto do canto da minha alma, tomando um chá e brindando ao infinito. Desliguei a televisão inútil. Desliguei o trabalho de caça níqueis. Sou agora imperador do tempo todo, da noite toda. Deito-me e fecho os olhos. Sinto a roda a girar e subo aos sonhos do que sinto pelos caminhos da minha mente percorrendo um interno labirinto. Fecho os olhos e estou longe, a mil milhas daqui, numa floresta densa com troncos de árvores erguidos como braços. Caminho como um guerreiro só, descalço, sobre as pedras e as ervas dispersas. Pertenço a uma tribo de caras desconexas que se reúne à noite para dançar em transe a festa da lua enquanto a fogueira arde. Ouvi...