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A mostrar mensagens de julho, 2018
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O monge foi caminhando com o mestre zen pelo riacho frio junto ao mosteiro nas montanhas. A certa altura, debaixo do sol transfigurante, o discípulo perguntou aquele nobre ser de barbas brancas, afinal, o que é a sabedoria maior no zen? O mestre, como que falando com o vento doce, respondeu: "O zen é como se uma pessoa fosse caminhando para encontrar o fim do mundo. E essa pessoa caminhou caminhou caminhou e chega a um determinado lugar, e esse lugar está cheio de pessoas, e essas pessoas dizem: Aqui é o fim, depois disto só há o Nada. O Nada existe, mas tudo o que é lógica, tudo o que é compreensão, aqui termina, diziam elas. A pessoa então continua a caminhar e pensa: A maioria das pessoas fica aqui mas eu atravesso este lugar e volto... Sabe o que o verdadeiro praticante Zen faz? - perguntou o mestre. Ele mergulha e ele se atira de cabeça, fica imerso no que não é conhecido com a meditação e a concentração, porque os meus conceitos, as minhas palavras, a
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O neto olhou o avô, como quem olha alguém de outro mundo. Os olhos azuis do ancião eram de uma cor nitidamente celeste, como alguém que tem parentesco com algum estranho anjo. Após ouvirem o estalar da fogueira, o chiar das salamandras quentes que rodopiavam um vozear de fogo vivo, o avô cortou o silêncio com estas palavras: "As pessoas estão metidas dentro de uma gigantesca teia de aranha que é a sociedade de consumo. Esta sociedade foi montada em função da acumulação. As pessoas nem sequer estão conscientes disso. Quando compramos algo, não nos enganemos, estamos a comprar com o tempo de vida que gastamos para ganhar esse dinheiro. No fundo, o que estamos a gastar é o nosso tempo de vida! Quando te proponho a sobriedade como maneira de viver, mostrei-a para que tenhamos mais tempo, a maior quantidade de tempo possível, para viver a vida de acordo com as coisas que nos motivam, que não são necessariamente as coisas do trabalho…" "Mas avô, as pessoas podem tra
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“Quando um sábio aponta para a lua, o imbecil olha para o dedo.” - Confúcio O filósofo Noutro dia encontrei um filósofo. Tinha a barba grande e andava pelas estradas com a pele bronzeada de muitos meios dias passados a caminhar sozinho. Parou à minha frente. Disse-me que ia para Santiago de Compostela só como um lobo manso. Ficamos a conversar no sol morno. Ainda me lembro das palavras que me disse: "Andando pela rua de uma cidade qualquer, não me lembro o nome, fui vendo nas montras de certas lojas um apelo ao consumo tão forte que me parecia estar a caminhar por entre teias tecidas para me apanhar desprevenido. As aranhas estavam nas lojas, silenciosas. Que sociedade do consumo desenfreado é esta que nos vende o sentido da vida como sendo o ter a todo o custo, o ter de ter êxito a todo o custo, a sede pelo poder a todo o custo, a sede pelo dinheiro a todo o custo, o ter de ser celebridade a